quinta-feira, 12 de julho de 2012

Tempo sem caminhos


... E naquele tempo
Todos corriam para pegar o trem.
Alguns iam de primeira classe
Com todo o conforto
Que o dinheiro pode proporcionar.
Outros, não tão afortunados,
Iam de segunda e até terceira classe.
Mas queriam ir a fina força,
Não mediam esforços
Aqueles que iam pendurados
Nas portas agarrados
Contra a força da velocidade.
Eu olhava da estação
Aquela imagem difusa.
Aquele não era meu trem,
Não me levava
Aonde eu queria ir.
A própria estação
Era mais atraente
Aos meus olhos perdidos.
O que havia no final daquela linha
Não era o meu.
Meus pés se firmavam
No chão tão frio daquela estação.
Minha cabeça estava envolta
Em outras viagens,
Muitas e nenhuma
Ao mesmo tempo.
Tempo que passava por mim
Como aquele trem.
Waleska Montenegro  

Um comentário:

  1. Gostei da sua poesia Waleska. Parabéns, você é uma ótima escritora e professora de espanhol. Abraço!

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