quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

Capítulo 13 - O céu dos passarinhos

   Capítulo - O céu dos passarinhos 

    O dia continuava lindo e ensolarado. E que dia longo! Parecia até que o tempo não passava! Rafa não sabia que horas eram. Eles continuaram sua jornada depois daquele momento de descanso à sombra da grande mangueira. Seus frutos saborosos deram a todos um novo ânimo e disposição.  Foi quando avistaram um monte negro do lado direito do caminho. Mina disse a Rafa que aquele era o Montenegro, nominado assim por sua aparência.  Era realmente um monte negro devido a cor verde escuro da vegetação que lhe cobria. Ele era repleto de árvores frutíferas chamadas de Moreiras, também haviam muitos lírios que davam uma visão linda àquele monte. Eram os lírios Sampaio. A principal flor dali era a Autaleska, uma flor do campo, simples mas forte. Pois ela conseguia florescer entre as pedras  e inclusive aproveitá-las para se aquecer no inverno. Era uma simbiose perfeita. As flores coloriam as pedras e as pedras lhe protegiam e aqueciam no frio. Rafa ficou olhando para o monte quando avistou revoadas de pássaros sobre ele. Os pássaros sumiam em pleno voo e do nada reapareciam também voando. Rafael olhou para Mina e disse: - Por que os passarinhos somem e reaparecem em pleno voo? Mina então lhe responde: - Este é  o céu dos passarinhos. Alguém,  provavelmente a criadora, imaginou que os passarinhos ao desencarnarem viriam para cá e assim criou este céu maravilhoso! Rafa ouve Mina, mas não para de olhar para o céu,  onde os passarinhos continuam voando sumindo e voltando como mágica. E ela continua explicando a Rafael que os passarinhos logo voltavam a encarnar. Eram anjinhos indo e voltando do seu mundo. Os pássaros que desaparecem encarnaram no seu mundo e os que aparecem desencarnaram. Não tinham que demorar para reencarnar lá, pois não precisavam. Já eram criaturas evoluidas do céu. O pássaro que some, não é o mesmo que você ver voltando. São outros. As criaturas aladas de Deus! 

sábado, 9 de novembro de 2024

Acróstico


 Acróstico 


Deus precisa de anjos no céu

Rios de amor os esperam


Jesus permitiu sua vinda

O homem de fé e amor

Sincero e certeiro nas palavras

É, as lei com certeza dominava


Felizes estão os que lhes recebem

Eis que um grande homem partiu

Lá encontrará mulher e filhas

Impossível foi aqui esquecê-las

Cada momento feliz permanece

Isso ninguém consegue remover

Amor incondicional cativa um lar

Netos, filhos, frutos desse amor

O justo que defendeu a justiça!


Dentro da lei combateu o mal

Eis o exemplo a ser seguido


Coração de homem lutador

As adversidades combatia com fé 

Reto, honesto, inteligentíssimo 

Venceu nos tribunais as injustiças

Assim como Quixote foi grande

Lutou contra os moinhos infames

Hoje nós lamentamos sua ida

O homem se foi, sua história fica!


                Waleska Montenegro 


Homenagem ao Dr José Feliciano de  Carvalho que partiu aos 89 anos deixando saudades e um grande legado.

segunda-feira, 26 de agosto de 2024

Capítulo 12 - Intrigantes descobertas

     Capítulo 12

     Intrigantes descobertas 

      Rafael caminhava pensativo quando ouviu ao longe um som de vozes que choravam e riam ao mesmo tempo.  Procurou no horizonte, onde estava aquela grande quantidade de pessoas chorando e rindo, mas não viu ninguém. Foi então que avistou um campo enorme de rosas amarelas e laranjas. Elas pareciam sacodidas por uma ventania que não existia. O som de choro e riso vinha desse roseiral. Ao se aproximar Rafa viu que na realidade eram as rosas que choravam e riam. Uma fileira amarela chorava e a outra fileira laranja ria sucessivamente.  Neste momento Rafael fala em voz alta ao mesmo tempo que Mina: - O campo das rosas que choram as dores e riem as alegrias das pessoas do mundo original da criação de Deus! Assustado consigo mesmo, coloca a mão na boca,  olha para Mina  e pergunta: Eu conheço este campo? Como eu sei o seu nome? Mina lhe olha carinhosamente e com um sorriso devolve a pergunta: - Você conhece? Rafa diz que não, que simplesmente o nome foi saindo da sua boca. E Mina lhe diz que aquilo é  interessante.  Rafa fica confuso e olha para aquele estranho campo de rosas. Como ele podia saber o seu nome? Continua sua jornada intrigado e incomodado com aquele questionamento.  O que está acontecendo? Todos estavam cansados e famintos. Rafael avista um campo cheio de árvores frutíferas e diz: - Vamos descansar debaixo daquelas árvores e comer algumas frutas? Mina lhe responde: - Se elas permitirem, poderemos. Rafael repete: - Se elas permitirem? Mina sorrir. O grupo caminha para as árvores. Escolhe uma enorme mangueira. Está repleta de mangas maduras e cheirosas. O fruto pode ser colhido com facilidade.  Neste momento o clima de alegria é rompido por um tremor na terra e um barulho enorme. Ao redor do grupo todas as árvores começaram a flutuar e se soltarem da terra. O grupo permanece onde está. A grande mangueira,  onde eles estavam, não flutuou, permaneceu na terra. Então Mina diz em voz alta: - Obrigada grande mangueira por oferecer-nos seus frutos! Quando Mina finaliza o agradecimento,  as árvores que flutuavam ao redor do grupo voltam à terra e tudo fica tranquilo.  Rafael  fica perplexo com tudo aquilo.  Mina lhe sorrir e diz: - Que bom ela ter permitido! Rafael agora entende.  Que mundo intrigante e fantástico! O que ainda vamos encontrar?

Waleska Montenegro em 26/08/2024

quinta-feira, 15 de agosto de 2024

Capítulo 11 - As histórias que se perderam

     Capítulo 11

     As histórias que se perderam

    Rafa ainda estava perdido em seus pensamentos. Tudo naquele mundo lhe fascinava. Era ao mesmo tempo fantástico, fascinante e temeroso. E ele estranhamente  se sentia muito bem ali. Pensava:  Será que devo voltar para minha realidade?  E também se perguntava: Será que posso voltar?  Mas, embora essa fosse uma questão importante,  ele não estava preocupado. Estava tranquilo, feliz e muito animado com tudo. Lembrou-se de um livro que viu na biblioteca.  O título lhe chamou atenção: "O reino perdido do beleléu". Era um livro para crianças.  Mas ele leu. Era curto, leu rapidamente.  Falava de um reino  onde as coisas perdidas em sua realidade iam parar. Ele pensou:  Este mundo parece com aquele reino. Mas, não são as coisas perdidas em nossa realidade que surgem  aqui,  são os desejos, os sonhos, os medos e até  os pesadelos. Foi quando, avistou, no horizonte, uma  enorme folha de papel com um texto escrito. A gigantesca folha flutuava, mas não parava em lugar algum. Havia um texto escrito nela. Porém, não se conseguia ler nada, pois a folha flutuava trêmula pelo vento. Rafael olhou interrogativo para Mina.  Ela sorriu e já foi lhe explicando. Essas folhas surgem aqui com as histórias que ficaram só na vontade de serem escritas. As pessoas imaginaram. toda a história, mas não escreveram. E depois até elas esqueceram dessas histórias.  Por isso, ninguém consegue lê-las.  Elas se perderam no instante em que foram criadas. Rafa ficou vendo a folha passar. Ficou curioso, pensando que história haveria naquela folha. Estranho, parecia sua vida. Uma história que ninguém havia lido. Ele não tinha ninguém em seu mundo. Quando era apenas um jovem rapaz foi acolhido por uma instituição de caridade, pois estava perdido e sem memória.  Não sabia quem era. Não se lembrava.  E nunca o procuraram. Viveu sua vida assim, sozinho. Estudou, trabalhou para sobreviver.  Mas era invisível para aquele mundo.  Nunca conseguiu ter um relacionamento durável com ninguém. Ninguém se importava realmente com ele. Era como aquela folha, uma história que ninguém leu. E naquele momento ficou triste. Mina notou sua tristeza e lhe olhou carinhosamente. Rafael  ao olhar para ela, não se sentiu mais só, estava completo, sentia-se feliz! E pensou interrogativo: Quem era realmente aquela mulher? 

Waleska Montenegro em 15/08/2024

segunda-feira, 12 de agosto de 2024

Capítulo 10 - Um momento de paz

    Capítulo 10 

    Um momento de paz

   Depois daquela angustiante situação,  nossos personagens puderam finalmente ter um momento de paz. O campo onde estavam era realmente lindo. O verde se destacava e era de perder de vista. O céu  extremamente  azul e iluminado por um sol brilhante, onde havia uma brisa suave e refrescante que deixava o ambiente muito agradável. Árvores com copas exuberantes estavam por toda parte e pintavam de um verde forte e vivo a paisagem. Propiciavam maravilhosas sombras onde os viajantes poderiam descansar ao longo da jornada. O cantar dos pássaros e os pequenos animais correndo de um lado para o outro completavam aquele ambiente paradisíaco. Todos começaram a caminhar com muita disposição e Rafael perguntou a Mina:  - Para onde vamos? E ela disse: - Para casa. Rafael ficou surpreso ao perceber como aquela palavra "casa" parecia tão familiar. Nunca tinha sentido nenhum lugar como realmente seu lar, sua casa. Mas naquele momento experimentava um sentimento de alegria,  paz e acolhimento  que ele não sabia explicar. Começaram a andar por uma trilha e Rafael avistou, ao longe, e em uma parte mais alta do terreno, uma figura gigantesca. Era uma estátua de uma bela índia feita de pedra e de um tamanho descomunal. Ao se aproximarem pôde ver que ela estava sentada encima de uma enorme pedra. A bela mulher  segurava com uma das mãos uma vasilha de barro. Da vasilla jorrava muita água sobre o seu belo corpo. Rafael ficou muito impressionado e ao chegar mais perto  percebeu que a estátua estava bem no meio de uma belíssima lagoa. Que lindo! Pensou. Mas ficou assombrado ao ver que a estátua começou a se mexer.  Levantou da enorme pedra, onde estava sentada e começou a andar pela lagoa se dirigindo para a margem. Rafa extremeceu, porém Mina o tranquilizou dizendo: - Não se preocupe, ela fica do nosso tamanho ao sair da lagoa. De fato ficou mesmo. E não era mais uma estátua. Ao sair da lagoa ela diminuiu e a lagoa sumiu. A Índia se aproximou e Mina lhe cumprimentou: - Bom dia Iracema! - Bom dia Mina! Ela seguiu seu caminho. Rafael ficou sabendo que Iracema era a Índia da lagoa. E a lagoa iria surgir em outro lugar, quando ela se sentasse. Pois assim, voltaria novamente  a ser uma enorme estátua segurando a vasilha que jorrava água e criava a lagoa! E Rafa pensou: Que mundo fantástico! Que novas surpresas surgiriam? 

Waleska Montenegro em 12/08/2024